EXIBIÇÃO ONLINE

Versão online da exposição fotográfica instalada do Shopping Praça da Moça em Diadema - piso Paineira


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alternativa para pessoas cegas

DESCRIÇÃO ALTERNATIVA: O logo da exposição é um círculo verde escuro onde há escrito no centro "Você Não É Todo Mundo" há um coração vermelho abaixo deste título seguido da frase: "Porque cada Criança é um Universo" como subtítulo.
Ao lado direito há um símbolo de contorno de sol dourado, dentro dele está sendo indicado que é a segunda edição.

Texto de abertura

VOCÊ NÃO É TODO MUNDO: UM RETRATO DA DIVERSIDADE FAMILIAR


Esta exposição única celebra as diferentes formas de família que compõem nossa sociedade. Cada fotografia conta uma história especial, destacando a riqueza e a singularidade de um núcleo familiar.

Nessa seleção, você encontrará uma ampla diversidade de perfis, desde famílias com filhos adotivos até mães solo, famílias afrocentradas, PCDs, LGBTs uma variedade de estruturas familiares.


Queremos enfatizar que todas essas formações merecem respeito e reconhecimento social, pois cada uma contribui de maneira única para o tecido social.

Junto aos retratos, vocês encontrarão textos escritos pelas próprias famílias, compartilhando um pouco sobre suas vivências e experiências. É uma oportunidade de se aprofundar ainda mais nas histórias por trás das imagens, compreendendo os desafios, as alegrias e as lições aprendidas ao longo de suas jornadas.

Acreditamos que é fundamental valorizar e respeitar as particularidades de cada família. Seja um arranjo clássico com pai, mãe e filhos, ou uma composição mais diversificada, todos merecem ser reconhecidos e aceitos pela sociedade. A riqueza está na diversidade, e é isso que queremos celebrar!


Ao visitar a exposição, convidamos você a refletir sobre suas atitudes em relação ao próximo e como pode contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva. Cada família é única, e é essa diversidade que enriquece nossa comunidade. Vamos juntos promover o respeito, a compreensão e a aceitação, construindo um ambiente mais acolhedor para todos.

Esperamos que essa experiência, juntamente com as histórias compartilhadas, inspire mudanças positivas em nossas percepções e atitudes em relação à diversidade familiar. Afinal, é na aceitação e no respeito mútuo que construímos uma sociedade mais justa e pacífica.

Agradecemos sua visita e esperamos que desfrute dessa jornada visual e reflexiva sobre as várias formas de amor e união que compõem o tecido da nossa comunidade. Vamos juntos criar um futuro mais inclusivo e tolerante. Boa visita!"

Para conhecer mais do nosso trabalho

Galeria de fotos da exposição

Foto número 1

DESCRIÇÃO ALTERNATIVA: Fotografia de mãe e duas filhas no parque. A mãe é Luciane, mulher branca de aproximadamente 30 e poucos anos que veste calça jeans, tênis e um tricot lilás de manga curta, seu cabelo é curto, logo acima dos ombros, ela tem uma tatuagem nas costas, abaixo da nuca, está de pé e com o braço direito estendido segurando a mão direita da filha Manu de 16 anos. Manu é branca e está de tênis e vestindo um short rosa pink, uma camiseta preta com desenho de personagens coloridos, lemos abaixo do desenho escrito "Hello Kitty". Ela tem os cabelos longos, na altura mediana do tronco. Mãe e filha andam girando no eixo das mãos, circulando a pequena Isa de 3 anos. Isa tem a pele branca, usa tênis e veste calça preta com diversos números e letras coloridas que compõe a vestimenta, camiseta preta com escritas em branco no peito, seu cabelo é longo, como o da Manu.

Enquanto a Luciane e Manu giram nesta brincadeira, Isa acompanha com o olhar atento a mãe e a irmã. A Luciane está do lado esquerdo, de costas para nós espectadores, Manu está de frente, girando com o corpo na nossa direção. Elas estão em um gramado verde muito bonito nessa tarde ensolarada. Ao fundo da cena vemos na ponta esquerda do enquadramento um pedaço do lago, seguindo da esquerda para a direita uma infinidade de árvores e galhos que estão um pouco mais secos e outros com folhagens esverdeadas. Antecipando a primavera, algumas poucas árvores tem detalhes de pequenas flores vermelhas. 

Luciane, mãe da Manu e da Isa

Ter duas filhas autistas tem sido uma jornada incrivelmente única e repleta de desafios, mas também cheia de alegria e surpresas. 

À medida que nossas meninas crescem, testemunhamos o poder da união familiar e a busca constante por soluções para proporcionar a elas uma vida plena.

A Isinha usa Canabidiol, e a descoberta do óleo de cannabis como um auxílio no tratamento dela foi um momento que marcou muito nossa jornada. Pesquisamos bastante para garantir que estávamos fazendo a escolha certa e o que vimos ao longo de 7 meses, foi muito muito bom!

O óleo de cannabis não foi uma cura milagrosa, até mesmo porque autismo não tem cura! Mas sim uma peça valiosa do quebra-cabeça que nos ajudou a moldar um quadro mais completo de tratamento. Uma das primeiras mudanças notáveis foi o aumento do contato visual. Antes ela tinha dificuldade em manter o olhar nos olhos por muito tempo, mas aos poucos começou a fazer com mais frequência, o que fortaleceu nossa conexão.

Além disso, percebemos melhorias no comportamento geral. As explosões de raiva e ansiedade diminuíram, permitindo que a pequena Isa explorasse o mundo de uma maneira mais tranquila e curiosa. Isso também contribuiu para melhorar suas habilidades sociais, pois se tornou mais capaz de interagir com outras crianças. Facilitou a aprendizagem, começou a demonstrar maior interesse em atividades educacionais, e isso se traduziu em avanços notáveis em suas terapias. Observar sua mente se abrir e absorver mais as informações foi um verdadeiro presente.

O dia que as pessoas deixarem o preconceito de lado e começarem a abrir a mente pra novos tratamentos e enxergar pessoas com deficiência com respeito, teremos um mundo melhor!

Embora a jornada ainda apresente seus desafios (e acho que sempre os teremos), estamos agradecidos por ter encontrado um aliado na forma do óleo de cannabis junto com as terapias.

Nossa casa é um lugar de alegria, amor e risos. Nossas filhas serem autistas nos fortalece e nos une a cada dia, cada vez mais na jornada que estamos percorrendo juntos! 

Foto número 2

DESCRIÇÃO ALTERNATIVA: Esta foto foi feita com enquadramento bem próximo da família que vemos abraçada, eles estão em três. No meio está a mãe Nayara, mulher preta não retinta de cabelos cacheados com luzes e piercing no septo, ela está com um largo sorriso e de olhos fechados, vestindo uma camiseta preta abraçada com o seus filhos. Do seu lado direito está Miguel, um garoto de 11 anos pele preta não retinta, cabelos cacheados, vestindo uma camiseta amarela com os punhos dobrados ele, está beijando a cabeça da mãe. Do outro lado está Noah, um menino de 6 anos de cabelos curtos e acobreados, ele veste uma camiseta de manga cumprida na cor bordô e punhos pretos. Noah está beijando a bochecha da mãe, no fundo atrás deles vemos troncos de árvore e a área do parque onde foram fotografados, com alguns ponto de luz alta por conta do sol que atinge o lugar, Nayara e seus filhos estão na sombra.



Nayara, mãe do Miguel e do Noah

Um dia, descobri que estava grávida e isso foi inesperado, já que não era um plano meu nem um desejo ser mãe naquele momento.

Chorei muito pois era muito jovem, tinha apenas 20 anos quando meu filho Miguel nasceu. No entanto, enfrentei muitos obstáculos devido à falta de acessibilidade na obstetrícia. Aprendi a cuidar do Miguel, mas não percebi que as pessoas continuavam me perguntando como era ter um filho sendo surda, já que eu não tinha o conhecimento para enfrentar a maternidade surda.

Mais tarde, mudei-me para São Paulo, o que foi uma experiência transformadora.

Aprendi muitas coisas sobre a identidade surda e me tornei uma artista, atuando e escrevendo poesia. Não sabia que existiam outras mães surdas empoderadas que compartilhavam suas experiências sobre a maternidade surda. Aprendi muito nesse processo, apesar de não esperar por isso, e percebi que existem preconceitos a serem superados.

Mais tarde, tive outro filho que também não foi planejado, e chorei muito devido ao medo da violência obstétrica. Infelizmente enfrentei obstáculos novamente, mas o Noah nasceu e me ensinou muitas coisas sobre ser mãe surda.

Meus filhos são CODAs (Filhos de Pais Surdos) porque sou surda, mas eles são ouvintes. Eles aprenderam Libras, e é incrível ver como vivem em dois mundos diferentes, o mundo surdo e o mundo ouvinte. Não me importo quando as pessoas perguntam como uma mãe surda lida com um bebê que chora e ela não pode ouvir. Atualmente existem tecnologias, como babás eletrônicas com vibração e relógios de pulso vibrantes, que me permitem ser uma mãe surda. E, se alguém surdo quiser adotar uma criança, também é possível. Amo muito meus filhos, e eles me ensinaram a enfrentar o mundo dos ouvintes. Antes, eu vivia principalmente no mundo surdo, mas agora, com meus filhos, vivo em dois mundos. É fascinante, não é?

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Foto número 3

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEsta foto foi tirada em uma via pública conhecida como Minhocão. Durante os dias da semana é uma via para carros e aos finais de semana e feriados um parque no meio da cidade onde há pessoas correndo, passeando de bicicleta fazendo e demais atividades de lazer.

Este Retrato de mãe e filho foi realizado com ambos sentados no canteiro de divisão central das duas pistas do Minhocão. Juliane e Heitor, mãe e filho estão sentados no centro, neste canteiro que dividir a pista do lado esquerdo da pista do lado direito. Ela é uma mulher branca com diversas tatuagens pelo corpo, tem o cabelo ruivo e comprido, está com um vestido de alcinha preto com a barra um pouco acima do joelhos, o filho dela, Heitor, é um garoto de três anos, está com as pernas esticadas balançando os pés na direção da câmera, ele calça tênis branco, usa um shorts cinza com várias listras, camiseta pólo preta com dois botões. A gola da camiseta pólo tem detalhes listrados iguais aos do shorts que ele veste. Juliane está sentada um pouco atrás dele com as pernas para o lado direito da pista, enquanto ele apoia as costas no ombro da mãe e olha com bastante simpatia para câmera, ela sorri também olhando pra câmera com uma expressão leve e de bem estar, nesse passeio agradável com o filho que aconteceu no Minhocão por volta das 4h00 da tarde. Vemos nesta cena ao fundo, várias pessoas transitando, cada uma em seu passeio. Do lado esquerdo alguns estão parados com bicicletas conversando, do lado direito um rapaz sem camisa neste dia ensolarado, e ao lado dele uma jovem passando de bicicleta. Vemos também os vários prédios no entorno, com pintura de grafitti nas paredes laterais, compondo um cenário urbano muito colorido e com bastante vida.

Juliane, mãe do Heitor

A maternidade solo é uma jornada repleta de desafios, mas acima de tudo, é uma história de amor inabalável. A cada dia, meu coração se enche de gratidão e admiração pelo meu filho, pois ele é o raio de sol que ilumina os meus dias. Mesmo enfrentando as dificuldades sozinha, encontro forças para superar obstáculos, pois meu amor por ele é minha maior motivação.

Nosso vínculo é inquebrável, e as risadas compartilhadas, os abraços apertados e os momentos de cumplicidade fazem cada desafio valer a pena. Eu o amo como só uma mãe solo pode amar, com uma intensidade que transcende qualquer obstáculo. Ele é o meu mundo, a razão pela qual continuo a lutar e a sorrir todos os dias.

Os dias de mãe solo podem ser desafiadores, mas cada noite, enquanto observo o sono tranquilo do meu filho, encontro uma recompensa inestimável. Ele é o farol que ilumina o meu caminho, me guiando com amor.

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Foto número 4

DESCRIÇÃO ALTERNATIVANesta foto vemos uma família composta por três pessoas mãe filho e filha. Eles estão no corredor onde há cobertura de uma área aberta, em frente a um prédio de construção composta por muitos vidros e ferros. É um dia nublado e chuvoso. A mãe Luara, carrega sua filha nos ombros sentada e segurando seus braços esticados para cima, ela é uma mulher branca de aproximadamente 30 anos e cabelos lisos na altura dos ombros. está vestindo um casaco xadrez preto e branco e por baixo uma blusa bege com flores cor de rosa. A filha Elisa que está em seus ombros é uma criança de 4 anos, pele preta, cabelos cacheados, está vestindo moleton branco, com estampa de melancia uma calça preta, e All Star nos pés. Na cabeça ela usar uma tiara preta com orelhas de gatinho, seus braços estão esticado segurando a mão da mãe. Ao lado direito da mãe podemos ver Davi, um menino de 11 anos, pele preta, ele veste uma camiseta preta com capuz bege, na cabeça usa um boné preto com aba virada para trás. Davi está olhando pra irmã e podemos vê-lo de perfil.

Acima dos três podemos ver um grande relógio de ponteiro preso ao teto, onde no lugar dos números há letras que em sequência estão formando a frase: "tempo de mudar".

Luara, mãe do Davi e da Elisa

Eu sou a Luara, carrego junto com o Wiiliam os títulos de mamãe e papai do Davi de 11 anos e da Elisa de 4.

Fomos pais jovens, eu com 22 e Will com 26.

A gestação do Davi não foi planejada por nós, mas eu costumo dizer que ele veio para nossa vida para nos fazer família. Éramos muito imaturos, nem falávamos de casamento ainda, e a chegada do Davi abriu essa porta linda em nossa vida. Hoje, eu tenho plena consciência que não é, nem era a missão do Davi nos fazer família, e muitos pais colocam isso nos filhos, que o filho veio com X missão, e hoje eu tenho pleno entendimento de não colocar essa atribuição na vida do meu filho. O Davi veio porque tinha que vir, e a missão (ou não) de formar uma família era minha e do Will.

Não foi fácil nossos começos.. foram muitas "primeira vez" de uma vez, e mesmo com todo esse desafio, casamos, construímos nosso lar, tudo sempre pelo Davi e acima de tudo pelo nosso amor como família e como homem e mulher. Eu e Will nos amamos demais, ele é meu primeiro namorado, foi amor à primeira vista. Eu vivo todos os dias meu sonho de ser casada com o amor da minha vida.

Quando o Davi completou 6 anos, decidimos ter a Elisa, nos sentimos prontos para aumentar a família.

O Davi foi o primeiro a saber da irmãzinha e ficou super feliz.

Eu sempre digo que com o Davi veio nossa família, e com Elisa veio nossa força, tanto individual, como em família. Nos fortalecemos com tantos desafios que a gestação dela nos trouxe.

Elisa e Davi são opostos, ele é calmo, tranquilo, organizado, obediente, ela é um furacão, impaciente, meio teimosa, cheia de personalidade, sabe o que quer fazer, o que quer vestir, o que quer fazer e quando quer fazer. É um Yin Yang que vivemos todos os dias hahaha

A diferença de idade entre eles nos permitiu viver diferentes fases, e que o Davi vivesse conosco essa novidade em ter um bebe em casa, e em vê-lo crescer. 

Ele constrói todos os dias a parcela de irmão com ela, de cuidado, proteção, amor, e óbvio, de provocações pq ninguém é de ferro.. eles brigam na mesma proporção que se amam.. o dia inteiro.


Como pais, eu e Will nos refazemos todos os dias, tivemos criações muito parecidas, machista, meio misógina, religioso (somos católicos), e todos os dias lutamos contra essas bagagens que ainda carregamos.

As vezes, eu muito mais que Will.. ele ainda tem algumas raízes bem fincadas na terra, e eu acabo tendo que fazer um papel "maternal'.. o que não é um problema, pois ele muitas vezes faz seu papel de pai para as crianças e para mim, é uma troca muito rica, leve e feliz.

Nossa vida é leve e feliz. Nos amamos e nos respeitamos sempre pelos nossos gostos, opiniões e na vivência que temos com as pessoas.


Davi faz algumas perguntas mais "complicadas" para serem respondidas - como por exemplo: "O que é parto normal?" - e eu explico sempre na maior naturalidade, para que ele não leve nenhum tipo de assunto como Tabu.

Eu e Will nos permitimos todos os dias sermos pais que erram, que aprendem, que ensinam e hoje dão seu melhor, amanhã nem tanto, e tá tudo bem.

Nossos filhos sabem o ponto fraco e forte de cada um de nós, e é lindo ver isso na nossa rotina.

Todos os dias quando eles chegam da escola eu tento parar tudo que estou fazendo para saber qual foi a parte mais legal do dia deles, o que eles comeram, quais matérias tiveram aulas, e até o que menos gostaram do dia, é uma sabatina para que eles saibam que o dia deles, mesmo que longe de nós, é nossa prioridade.


Por muito tempo me culpei em não ser uma mãe de instagram, e todos os dias eu desconstruo isso em mim e na minha casa, através de conversa, interesse no que eles gostam, no que eles não gostam e com minhas atitudes, eu quero que meus filhos saibam que eu sou a melhor mãe que eu posso ser todos os dias. E que eles são os melhores filhos que nós poderíamos ter todos os dias.

O que move nossa relação todos os dias, é construir vínculos de amor com perfeição ou imperfeição, e mostrar para nossos filhos que é sim importante guardar o brinquedos, mas que uma sala cheia de brinquedos também é uma sala viva.

que comer toda a comida que foi colocada no prato é muito legal, mas deixar um pouco de comida porque a barriga está cheia, não é algo terrível que vá trazer gritos e ordem para que eles comam tudo.

Que o Davi pode jogar futebol (como ele amaaaaaaaa!) Mas também pode dançar ballet (a escola dele tem essa opção, e ele optou por não querer, sem nenhum incentivo de nossa parte)

A Elisa pode escovar o dente com a escova da Hello Kitty , mas também pode escovar com a escova do Super Homem (isso aconteceu e foi uma crise, rendeu uma boa conversa antes da escola) e está tudo bem.


Eu sempre pensei: "Como posso tornar o mundo melhor para meus filhos?"

Hoje eu penso (e vivo): "Como eu posso criar duas pessoas melhores para esse mundo?"

Quando olhamos pra tudo que podemos fazer dentro da nossa casa, por incrível que pareça, o fardo se torna mais lindo e mais leve!

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Foto número 5

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEssa foto foi tirada numa praça pública de São Paulo, em ângulo fechado onde é possível ver no canto esquerdo da cena um momento entre mãe e filha. Carina, a mãe, mulher branca de cabelos levemente ondulados, castanhos claros, num comprimento um pouco abaixo dos ombros. Usa uma regata amarela vibrante e uma calça jeans. Ela está sentada, sorrindo e contemplando sua filha Clara olhando-a um pouco mais de cima. Clara tem aproximadamente 8 anos, cabelos bem lisos na altura do pescoço, e usa uma franjinha na testa. Ela está vestindo um macacão cor de rosa com laços nas alças, e estampa colorida azul. Clara também sorri. As duas estão sentadas de frente para nós, num diálogo envolvente e de muita cumplicidade e diversão.
Ao fundo é possível ver o gramado bem verdinho e as raízes de algumas das árvores pertencentes à praça. O dia está ensolarado e é possível ver o contorno do sol na lateral esquerda da cena, tocando o corpo da Carina.

Carina, mãe da Clara

As grandes mudanças da vida como momentos de renascimento e transformação.

Em 2017, a Clara passou a ter dois núcleos familiares: o do papai e o da mamãe. No início tive medo de não ser suficiente, de não conseguir proporcionar uma sensação de segurança e completude quando estávamos juntas. E será que cabe a nós gerar a sensação de completude em outro ser? Acredito que é inerente ao desejo maternal criar filhos fortalecidos, seguros e felizes. Mas como passar toda essa segurança quando nós mesmos temos nossos questionamentos?

O fato é que quando nasce uma criança, nasce uma mãe. Não tem manual de instrução. E quando essa criança foi crescendo, fui crescendo como mãe também. Crescemos juntas e e juntas construímos nossa relação. E juntas, fortalecemos nossos laços, escrevendo sempre um novo capítulo na nossa história de amor e cumplicidade.

Hoje olho para essa menina e penso: acho que estamos no caminho certo. Ela é uma criança generosa, que transborda amor e alegria. Abraça as diferenças, tem empatia e uma doçura que os olhos conseguem ver.

E se a nossa relação fosse um filme, seria um de vários pedacinhos de momentos em que, juntas, assistimos aos filmes de outras histórias. Outras histórias que compartilhadas entre mãe e filha - entre a Clara e eu - fazem parte da nossa. Tão especial e nossa!

Foto número 6

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEsta foto foi feita no ângulo mais fechado. Bem ao centro vemos Júlia, uma menina Branca de 2 anos, ela tem os olhos azuis e cabelos loiros presos em duas xuquinhas coloridas no topo da cabeça, está vestindo uma camiseta cor de rosa com desenhos infantis. Seus braços estão erguidos segurando as mãos de seu pai e sua mãe. Ao lado esquerdo podemos ver o pai Rodrigo, da cintura ao tornozelo, ele veste uma bermuda preta na altura do joelho e camiseta branca. A mãe Bruna, do outro lado também é vista apenas do tornozelo até a cintura, ela veste um shorts jeans na altura das coxas, e uma blusa azul marinho, ela tem uma tatuagem no antebraço. Ao fundo um pouco desfocado vemos a estrada de um parque, algumas árvores ao redor e um casal passeando com cachorro. É possível ver também alguns pontos de luz do sol entrando por entre as arvores, fazendo sombra no chão do parque.

Bruna & Rodrigo, família da Julia

A chegada da Ju transformou completamente tudo que eu acreditava ser certo, tudo que eu achava que tinha controle e tudo que eu pensava a respeito de mim mesma e do mundo!

Quando um filho chega, os pais são os responsáveis por fazer absolutamente tudo por aquele ser tão frágil e indefeso. É aí que está o engano, um filho chega e muda tudo, a forma de pensar e agir. Muda até mesmo nossa identidade, a gente não se reconhece mais, a gente passa a ter uma postura mais “madura” e responsável e a visão de mundo se amplifica completamente.

Queremos saber de tudo e ter uma opinião sobre tudo, participar de todas as discussões possíveis, afinal, que mundo eu quero que minha filha cresça?

E pensando em filhA, que mundo machista e tão cheio de preconceitos e injustiças! 

A mulher rala 2x mais pra alcançar o que almeja.

Uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida é educar alguém, ensinar o certo, o errado e deixar que ela decida o caminho. Isso é dolorido demais, cadê o controle que eu achava que tinha?

Júlia é perfeita em tudo! 

O sorriso dela preenche a minha alma, os olhos dela enchem a minha vida de luz!

Ela é minha parceira, meu grude e acompanhar o crescimento e desenvolvimento dela é meu maior presente da vida!!

Foto número 7

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEssa foto foi tirada no ângulo fechado. Bem ao centro vemos uma família composta por três pessoas: Tamires é uma mulher branca de cabelos lisos e castanhos com luzes loiras, pouco abaixo dos ombros, ela está no canto direito da foto, sorrindo enquanto olha seu bebê que está nos braços do pai, Diego. Ele repousa o braço esquerdo em volta do pescoço dela, abraçando-a. Diego é um homem branco de pele bronzeada, cabelos curtos e barba curta. Possui uma tatuagem que cobre toda o braço que está ao redor de Tamires. Ele está posicionado ao centro da foto, segurando seu pequeno bebê Luigi de 10 meses com o braço direito, enquanto beija as bochechas dele. Luigi tem os cabelos e pele clara, veste uma bermuda branca e camisa de manga curta com listras brancas e azuis, ele olha diretamente para nós espectadores, sorrindo. Ao fundo, Podemos ver as árvores do parque desfocadas.

Tamires & Diego, família do Luigi

Eu descobri a gravidez em um momento inesperado, com um plano de carreira em ascensão e projeto de mudança de país, duro confessar que perdi um pouco o chão, o primeiro grande dilema da gravidez, mas saber que estava vivendo uma grande dádiva me fez mudar a perspectiva, então o corpo começou a mudar e os sinais da gravidez cada vez mais evidentes…tantas mulheres endeusando essa fase e mais um grande dilema, não me sentir bem com tantas mudanças trouxeram culpa e insegurança…sentimentos esses que foram inundados pelo maior sentimento de gratidão e felicidade ao ver os olhinhos do meu bebê. 

Ah a maternidade, trás consigo os sentimentos mais inesperados, confusos, mas também os mais felizes.

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Foto número 8

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEssa foto foi feita num ângulo de meio corpo. Ao lado esquerdo, Vemos num primeiro plano mais próximo de nós, folhagens de uma samambaia. No canto direito da foto vemos uma família composta por três pessoas, Luiza, Verônica e George. Veronica é uma menina preta não retinta de três anos, está usando um vestido branco com babados na gola e flores amarelas. Ela está no colo de seus pais bem ao centro com o braço esquerdo em volta de George, um homem branco e alto de cabelos curtos, óculos, e bigode. Ele veste uma camiseta branca e uma bermuda verde. Veronica e seu pai estão olhando para Luiza, ela é uma mulher preta de estatura baixa, cabelos cacheados e óculos. Luiza está grávida e veste uma delicada regata branca de renda, e uma saia amarelo mostarda. Luiza acaricia a propria barriga, destacando a gravidez. Eles estão numa espécie de jardim, atrás deles podemos ver um muro verde de textura fosca e algumas prateleiras com vasos de plantas.

Luiza & George, família da Verônica

Antes de ter a Verônica perguntei ao George quais os critérios ele tinha em mente para escolher o momento certo de ter um filho. Ele, sabiamente, me respondeu: querer.

Confesso que eu estava esperando metas materiais ou pessoais, mas quando ele disse isso fiquei reflexiva e de fato não tínhamos nenhum impeditivo grave que nos levasse a adiar essa decisão. Então pronto, a meta era uma só: Criar o melhor ser humano possível dentro das nossas possibilidades.

Não é uma tarefa nada fácil, nem de explicar muito menos de vivenciar, mas é uma satisfação tremenda.

Todos os dias temos que lidar com nossos traumas e nossas vivências balanceando o que queremos passar adiante e o que não queremos.

Acho que mais do que não ser todo mundo o que cada pai quer dizer com essa frase é que “cada um de nós é um universo”, como disse Raul Seixas.

Foto número 9

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEssa foto foi feita no ângulo fechado e ao centro vemos uma família composta por quatro pessoas. Todos estão abraçados e com os corpos virados para o lado direito da cena. À esquerda vemos Heitor, um homem preto retinto de aproximadamente 35 anos, cabelos curtos e barba. Encostado no lado direito do seu peito, vemos Helena, uma criança preta com trancinhas no cabelo. Ela tem aproximadamente oito anos, é sorridente, e está com o braço direito erguido, segurando no ombro de seu pai enquanto ele apoia e envolve o braço direito dele ao redor da filha. No ombro esquerdo de Heitor vemos Susan, sua esposa. Ela é uma mulher preta de cabelos loiros, está usando um vestido branco longo e em seu colo segura Cecília, a filha mais nova do casal. Cecília tem aproximadamente 3 anos, é uma menina preta de cabelos cacheados, usando um vestido branco com estampas coloridas. Sua cabeça está apoiada no ombro da mãe e seu olhar está diretamente voltado para nós, ela é a única com o corpo em oposição aos demais. Todos estão sorrindo, Heitor, Susan e Helena estão de perfil olhando para direita da imagem. Ao fundo vemos algumas folhagens e árvores do parque onde a foto foi tirada, é uma área de bastante sombra pois a luz do sol que atinge a família é bem contrastada, marcando com forte presença as áreas de luz e sombra que vemos nesta cena. Todos estão em grande conexão uns com os outros

Suzan & Heitor, família da Helena e Cecilia

Minhas pretinhas......

Vocês não são todo mundo..... essa frase tão significativa no vocabulário materno, é tão reflexiva.

De fato vocês não são todo mundo, vocês são duas jóias sonhadas e muito desejadas....

Vocês foram por muito tempo esperadas pelo papai e a mamãe, imaginamos seus cabelos, traços. personalidades, voz, e graças a Deus erramos em tudo, porque vocês superaram todas as expectativas planejadas...

Vocês não são todo mundo...... me reconhecer e conhecer vocês, no jeito, no sorriso, nas angústias....ah como eu gostaria de guardar vocês grudadinhas para sempre!

Duas meninas pretas, inteligentes, questionadoras, agregadoras, como poderiam ser todo mundo??????


Minha realização é poder olhar o mundo sobre o olhar de vocês, na coragem da liberdade de vocês, de se permitir viver como se quer, se mostrar como se quer.....

A gente trouxe vocês para esse mundo por muitas vezes hostil, injusto, mas por saber que vocês não são todo mundo, sei que vocês farão a diferença, e seja diferença de 10 ou 100 mil pessoas, não importa, a existência de vocês é um ato de resistência, a voz de vocês é um ato de resistência.... e resistam minhas jóias e tenha sempre a lucidez de saber que vocês são únicas, porque vocês não são todo mundo.....

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Foto número 10

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAFoto em ângulo fechado. Vemos uma parede pintada de vermelho com marcações dos blocos de construção, trata-se da coluna de uma edificação. em frente esta coluna está uma família composta por três pessoas, podemos vê-los do topo da cabeça até a altura do tórax. No canto direito está Aline, mulher branca de cabelos ondulados um pouco abaixo dos ombros e franja lateral. Ela veste uma blusa de gola preta. Aline está com um largo sorriso, virada de perfil para nós e de frente para seu marido e filho. Israel é um homem de estatura mediana, branco de cabelos curtos, ele tem um bigode discreto e veste uma malha marrom de listras pretas. Ele está no centro da cena e de frente para nós. Sentado em seus ombros ao redor do seu pescoço encontra-se Nino, uma criança branca de cabelos claros vestindo um moleton azul e calças verdes. Nina está sorrindo com a mão esquerda na boca, e com a outra segura a orelha de seu pai, que apoia a mão direita em suas costas e com a esquerda segura a perna no menino por segurança. Os três brincam neste dia frio e chuvoso.

Aline & Israel, família do Nino

Nossa família é uma mistura gostosa, tem samba, tem rock, tem muito afeto e muita risada.

O Nino veio para alegrar nossos dias e noites, com seu jeito peculiar de ser. 

Criança milvolts, que gosta de explorar tudo que é novo. Ele nos traz a curiosidade, a coragem e muita paciência. 

Nosso mundo agora é colorido, é agitado, e muito mais feliz, principalmente por podermos compartilhar nosso dia a dia com essa pessoinha que sabe aproveitar cada momento do seu dia.


Os dias são sempre uma nova aventura, não tem um único dia que ele não nos faça abrir um sorriso... e acredite, ele sabe quando nós não estamos bem. Com isso, nós conhecemos o que é o AMOR e o AMAR além de nós mesmos.

Somos assim, uma mistura de caretas, bolinhas de sabão, sorrisos com alguns dentes faltando e acima de tudo gratos por termos tudo que nos importa.

Foto número 11

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAFoto em ângulo aberto, tirada em paisagem urbana. Na foto vemos mãe e filho. Kate, mulher preta de aproximadamente 40 anos, seus cabelos são longos e cheio de trancinhas, ela veste um macacão preto. Na foto é possível vê-la da cintura pra cima. Ao seu lado esquerdo está Wendel, o filho de 14 anos. Ele é um menino preto de cabelos curtos cacheados, está vestindo camiseta preta e por cima uma camisa xadrez de manga cumprida. Os dois stão abraçados, sorrindo e brincando. Kate passa seu braço esquerdo por trás do pescoço de Wendel, para abraçá-lo, ela apoia sua mão acima da mão dele, bem próximo ao rosto do garoto. Ao fundo podemos ver os prédios do Minhocão (parque urbano que durante a semana é via pública de carros e aos finais de semana e feriados, utilizado por pedestres para atividades de lazer), o céu está azul com poucas nuvens. Em um desses prédios do lado esquerdo atrás deles há um grafite com a frase “eu sabia que você existia”.

Kate, mãe do Wendel

Você não é todo mundo,

porque não foi todo mundo que me escolheu para ser mãe.

Você não é todo mundo, porque nem todo mundo sabe me decifrar como você: duas em um, mãe e pai.

Você não é todo mundo, porque nem todo mundo tem um sorriso igual ao seu que aquece meu coração.

Você não é todo mundo, porque você é único de abraços quentinhos e apertados.

Você não é todo mundo, porque nem todo mundo me enche de orgulho como você,

Você não é todo mundo, porque nem todo mundo tem um lugar tão especial no meu coração como você.

Você não é todo mundo, porque só você é o meu mundo.

Foto número 12

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEssa foto de família foi feita em ângulo fechado. Estão todos sentados no sofá azul da sala da casa. Vemos quatro pessoas de frente para nós. À esquerda está Maya de 30 e poucos anos, uma travesti preta de cabelos compridos cacheados semi presos, destacando suas luzes. Ela veste um top branco, calça jeans com detalhes rasgados e de tom claro, e um quimono estampado florido, em tons de rosa, marrom e verde vibrante. Maya sorri enquanto envolve com a mão esquerda as costas da pequena Íris, criança preta de três anos, cabelos escuros e ondulados semi presos com duas xuquinhas no topo da cabeça. Ela veste uma camiseta branca e macacão lilás com bordado de sereia na frente, meia calça branca e tênis preto. Enquanto Íris mantém o álbum apoiado no colo, Maya aponta com a mão direita para uma fotografia que estão contemplando. Ao lado da Íris encontra-se seu irmão Italo, menino preto de 11 anos pequeno, ele é magro de cabelos curtos e lisos. Italo veste uma camiseta branca com estampa de quadrinhos, com desenho do Batman e usa uma bermuda de cor clara. Por último, ao lado de Italo encontra-se o pai Bruno, homem branco, Na faixa dos 30 e poucos anos, cabelos curtos e castanhos com luzes loiras. Ele possui uma tatuagem na cabeça com algumas letras e flores, veste uma camisa de botões preta com estampa de folhagens brancas, e uma calça preta. Seu braço possui algumas tatuagens. Os quatro estão sorrindo olhando álbum de fotos de família, compartilhando histórias neste momento bem descontraído, se divertindo lembrando de recordações que tiveram com seus filhos.

Bruno & Maya, família do Italo e da Íris

Todo mundo tem uma história e toda história tem um começo. Mas como minha mãe já dizia lá em casa:

Você não é todo mundo, filho!


Nossa história começou pelo meio. Você deve se perguntar como assim, pelo meio ? Sim, começou pelo meio de 4 histórias.

Em 2016 chegou o Italo, com 5 anos e muita vida pra ressignificar. Quando alguém escolhe a adoção, uma premissa básica deve ressoar no seu coração:

Muitas pessoas deixarão sementes cair pelo caminho para que outras pessoas encontrem as flores.

E assim com uma flor na mão chamada Italo, eu conheci outro botão de rosa chamada Maya. Juntos aprendemos a ser pai, mãe e filho e ali do meio dessas 3 histórias incompletas, começava enfim uma família cheia de ressignificados.


Sempre fui filho único e Maya com seus irmãos me fazia lembrar e celebrar essa difícil relação. 

Logo estávamos novamente na fila da adoção.

A gravidez de quem adota é sempre mais longa e cheia de ansiedade, ela dura anos ao invés de meses e o ultrassom nunca é preciso quanto a previsão do nascimento.

Até que em 2020, no auge da pandemia, o telefone toca e tivemos que secar as lágrimas com a máscara mesmo e correr pra buscar nossa outra florzinha que tinha brotado faziam menos de 5 meses!


Assim surgiu essa família da foto. 

Que através da fotografia, vai dia após dia contando uma nova história pra essas 4 flores agora num mesmo jardim.

Inclusive a pequena se chama Íris, tem até nome de Flor !

Mas é só uma coincidência, afinal é Íris de Arco-Íris para celebrar todas as cores desse nosso pequeno jardim.

Para conhecer mais do nosso trabalho

Foto número 13

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAFoto de ângulo fechado. No canto direito da foto encontramos Silvia e seu pequeno bebê Benício. Silvia é uma mulher preta não retina, de cabelos lisos pouco abaixo dos ombros. Ela usar uma blusa de malha na cor mostarda com uma renda na lateral dos braços. Ela sorri com afeto e ternura, olhando para o filho enquanto o envolve apoiado em seu peito. Benício é um bebê de seis meses, branco, com cebelos curtinhos e cacheados. Ele veste um macacão jeans e uma camiseta branca de manga cumprida com alguns animais coloridos desenhados. Com uma expressão séria, aparentemente de sono, Benicio olha diretamente para nós, espectadores. Ao fundo a paisagem é composta por folhas bem grandes e verdes.

Silvia, mãe do Benício

Eu e Beni.


Quando eu descobri que estava grávida, fiquei sem acreditar. Fiz e refiz teste de farmácia até chegar no exame de sangue para a confirmação. E quando tive realmente a certeza fui avisar o pai, que por sinal no momento já não estava mais em um relacionamento com ele.


Passado o susto inicial, comecei a perceber que dali pra frente seria eu e o Beni. Uma família formada por Deus, pois acredito muito que nada acontece por acaso em nossas vidas. E se o Beni me escolheu para ser sua mãe, como não aceitar essa dádiva.

Os meses se passaram, até que hoje 6 meses após seu nascimento, eu vejo o quanto ele me fez ser uma pessoa melhor. 

Hoje as prioridades mudaram, me fazendo não ser mais uma pessoa egoísta como eu era. Bem "mimada", se não fosse como eu queria menosprezava logo e deixava pra lá. Só que eu dava outro nome chamava de desprendida e na verdade não era. Era egoísmo mesmo, e hoje eu vejo que cuidar dele, ser o apoio, o sustento, a mãe dele me faz querer ser uma pessoa muito melhor. Que tem o olhar de cuidado pelo outro. Que deixa as suas próprias vontades para cuidar.

 Até mesmo um simples olhar dele me faz querer ficar perto e ser grata por tudo que estamos vivendo juntos.

Eu tenho uma rede de apoio fantástica (minha irmã, meu cunhado e minha sobrinha) sem eles não conseguiria. Eles nem sabem o quanto me ajudam só por estarem pertinho da gente.

Acho que esse olhar deles como família, me fez ver o que realmente é ser família.


Ser família é muito mais do que uma escolha, é saber que você vai viver e se dar e se doar até suas forças parecer que estão se acabando e dai você perceber que não. Porque isso é só o começo do amor. O amor te faz ir muito além do que você imagina.

Hoje o Benício me mostrou o que realmente é ser família, é se doar, se aceitar mesmo não sabendo como será ou que virá. Mas acreditar que tudo é possível pois o amor nos faz ser capaz de tudo.

Foto número 14

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEste é um retrato do cotidiano. Fotografia tirada em ângulo superior, com visão de cima para baixo. Vemos a mesa de café da manhã: toalha laranja com bordas de flores amarelas e roxas, pães, café, leite e requeijão. Sentados ao redor dela, vemos uma família composta por três pessoas. Na ponta da mesa está Martin, um menino branco de 3 anos, cabelos curtos e castanhos. Seu braço esquerdo está sobre a mesa, com o cotovelo apoiado enquanto ele repousa sua cabeça sobre a própria mão. ele conversa com sua mãe, Juliana, que está sentada do seu lado direito segurando uma caneca de café, ela é uma mulher branca de aproximadamente 30 anos, cabelos castanhos lisos, usa óculos e está vestindo uma regata preta. Do outro lado da mesa vemos Fernando, homem branco na faixa dos 35 anos, cabelos curtos e castanhos, vestindo uma camisa bordô. Fernando está abrindo uma garrafa de café, sua atenção está voltada para Martin. Ao fundo podemos ver o corredor do apartamento. As paredes são cinza claro e no canto esquerdo, atrás da cadeira de Martin, vemos um puf amarelo com uma pequena mochilinha em cima.
O clima é de descontração e intimidade, Martin está concentrado no que conta para seus pais durante a refeição, aparentemente todos estão muito envolvidos na história.

Fernando & Juliana, família do Martin

Ao longo da vida, cada um de nós trilha seu próprio caminho baseados em nossas experiências únicas e desafios pessoais e com certeza a grande maioria de nós esbarrou, lá no começo dessa jornada, com um “você não é todo mundo”. 


Quem dizia aquilo talvez não soubesse, mas estava partilhando algo de extremo valor quando falamos sobre respeito às diferenças e muito além de nos dizer que não devemos nos basear nos outros, ensina que cada pessoa é singular e merece respeito, compreensão e inclusão! Cada vez que não “cabemos no molde”, ou seja, fugimos daquilo que se espera, que é praxe, costume, padrão, criamos nosso próprio caminho, o que nos faz únicos. 

A música “Ninguém = Ninguém" (Engenheiros do Hawaii) trata sobre o paradoxo de que todos são diferentes. Logo, sob esse aspecto, são todos iguais. Quando nós, Fernando e Juliana, nos encontramos, cada um já vinha na sua própria estrada. 


Decidimos então criar um novo caminho juntos que acabou por trazer o Martin, alguém que é influenciado por esses caminhos e que desde o ventre já cria sua própria trajetória. Algumas crianças podem não ter pais maduros e para ele isso é normal. Outras podem não ter um pai com uma deficiência visual e pra ele isso é só mais um dia. Da mesma forma, alguns terão os pais engenheiros ou atletas e o Martin não. 

Nossa família é do jeito que é: uma mãe que trabalha fora e um pai que trabalha em casa, uma mãe que dirige e um pai que não e assim por diante. 

Se criar crianças fosse tudo igual, certamente haveria um manual “best-seller” mas, como nunca ouvimos falar de tal, suspeitamos que essa fórmula milagrosa não exista. Para saber se irá funcionar ou não com o seu filho, só testando! E isso vai exigir que você se conecte mais com ele para entender suas necessidades e para encontrar uma solução que seja boa para todos. 


Acreditamos muito que isso reforça os vínculos, então, no longo prazo, você é uma pessoa de sorte! À medida que conhecemos mais realidades diferentes, criamos consciência sobre a impossibilidade de ser um padrão. 

Acreditamos que ser pai e mae é ser suporte para que seu filho explore todo o seu potencial, que ele não seja todo mundo e que igualmente não espere isso de ninguém.

Foto número 15

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEsta foto foi tirada num ângulo bem aberto, a paisagem é composta por muito verde. Ao fundo da cena, por trás das montanhas vemos um céu azul, limpo e claro, o dia está ensolarado. Há árvores de diversas espécies e algumas pessoas transitando, tão distantes que quase parecem formiguinhas..
Vemos abaixo desta cena no fundo um enorme lago, que preenche uma faixa horizontal da fotografia por completo.
À frente do lago, n
o canto inferior direito desta foto está Anderson, homem preto, alto, careca e com barba cheia, ele está com camiseta polo branca e tem o braço tatuado. Anderson beija a testa de Palloma, mulher branca de cabelos longos, lisos e castanho claro, ela veste uma roupa de tecido leve, cor de rosa. Enquanto Palloma que estão de frente para Anderson recebe este beijo na testa, ambos seguram em seus braços a filha do casal, uma bebê de 20 dias, Helena. A pequena está no colo de Palloma, no centro, ela usa um vestido jeans azul, seus mini pezinhos estão à mostra neste dia de calor. O casal encontra-se um de frente para o outro. Enquanto Anderson está beijando a testa de Paloma, ela beija a cabeça de Helena, que permanece envolvida pela família, formando assim uma espécia de "escadinha" de carinho. Os três estão posicionados atrás de uma fileira de arbustos que forma uma faixa na fotografia, assim como o lago.
Acima da cabeça de todos, a copa de uma árvore com folhas bem verdes e alguns tons amarelados pela luz do sol e troncos marrons, formando assim algumas frestas de luz e sombra que marca a família.

Palloma & Anderson, família da Helena

Eu e Anderson estamos juntos há 16 anos, começamos a namorar éramos adolescentes e estamos até hoje construindo nossa vida.

Já passamos por muita coisa ao longo desse tempo.

Desde sempre tentamos planejar nossa vida, namoramos, estudamos, casamos e começou o desejo de vir os filhos e assim fizemos, mas durante esse período tivemos dois abortos, um em 2017 e outro em 2019, foi algo que jamais imaginamos passar, foi bem difícil, mas seguimos nossas vidas e com novos projetos.

Um desses projetos era pessoal meu, em agosto 2022 realizei a cirurgia bariátrica e foi um sucesso
É um processo bem delicado, que precisa de muita dedicação e força de vontade, porque muda tudo, e um dos objetivos da cirurgia, era poder ter uma gravidez mais saudável, e como nossa vida sempre foi tudo planejado, a nossa próxima tentativa de engravidar também já estava em nossos planos, seria após eu completar um ano de cirurgia com a autorização da minha cirurgiã, porém desta vez não foi assim rs..


Em janeiro de 2023 descobri que estava grávida de dois meses, e foi um completo susto, principalmente pela cirurgia, recém operada, mas tudo correu super bem, tive uma gestação muito tranquila, e super saudável. 

No dia 02 de setembro nasceu Helena, nosso grande amor, o sonho que tanto sonhamos, e aí que começou o verdadeiro jogo da vida, eu e o Anderson pais de primeira viagem, sem nenhuma experiência, principalmente o Anderson, que não segurava nenhuma criança no colo de medo. 


Tivemos que encarar a nova jornada, e está sendo lindo de ver o quanto o Anderson vem sendo um paizão, que faz tudo e o melhor faz questão de fazer tudo. 

Os primeiros dias foram desafiadores, porque é tudo diferente e agora temos um bebê para cuidar, tivemos noites acordados, e muitas vezes com a Helena chorando e a gente sem saber o que fazer, e uma coisa que aprendemos juntos, na maternidade é um dia de cada vez, hoje podemos ter um dia muito bom, com bebê dormindo bem, comendo bem, e no outro dia pode ser tudo diferente e está tudo bem. 

A maternidade te transforma de dentro pra fora, você aprende tanta coisa, sente tantos sentimentos que você nunca nem imaginou, e com toda certeza é o maior e mais louco amor que já sentimos.

Foto número 16

Foto número 16

DESCRIÇÃO ALTERNATIVAEsta foto foi tirada na escadaria de um parque, é retrato de uma família composta por três pessoas. No canto esquerdo da foto encostado no corrimão da escada estão: Ozias, homem branco na faixa dos 30 anos, cabelo curto e barba cheia, vestindo uma camiseta branca e bermuda preta. Ele repousa a mão direita sobre o antebraço da esposa Carol que está na sua frente um pouco reclinada e apoiada em seu ombro esquerdo. Ela é uma mulher branca na faixa dos 30 anos, pele clara, cabelos castanho claro, estatura média. Carol tem o braço esquerdo tatuado e veste um top branco, saia preta estampada e uma jaqueta jeans amarrada na cintura. Enquanto Carol reclina apoiando-se em Ozias, ela vira o rosto de perfil para o lado direito da cena e olha para a filha do casal, Luiza. A menina de aproximadamente nove anos, branca, cabelos castanho claro na altura dos ombros, está vestindo uma camiseta lilás e um shorts jeans. Luiza está encostada no braço esquerdo da mãe e apoiada em seu ombro, de mãos dadas com ela e segurando sua mão, ela está um pouco mais para trás de Carol, paralela com Ozias, é possível ver a mão de Luiza abraçando a cintura de Carol e tocando o corpo de Ozias. Ao fundo do corrimão vemos a vegetação do parque repleta de folhas em diversos tons de verde e algumas flores vermelhas.

Carol & Ozias, família da Luiza

Ela vive em seu mundo, por diversas vezes prefere brincar sozinha, criar objetos ou viajar em pinturas que podem durar um dia inteiro, mas sempre ficam incompletas em cima da mesa.

Entrar neste mundo, pode ser difícil. 

Extrair um sorriso se você não é próximo, completamente impossível.

Aprendemos todos os dias, a respeitar e lidar com sua timidez, a entrar no seu mundo.

E quando se consegue, encontra-se algo magnífico! 

A criança que no mundo dos adultos parece tímida, às vezes até “mal educada” se escondendo embaixo da minha asa, no seu mundo se mostra gigante, extrovertida, extremamente inteligente, amorosa e brilhante.

Continue colorindo seu mundo, do seu jeitinho minha filha, afinal você não é todo mundo.

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